No meio de tudo que está vivendo, quem é você? O que está sentindo? Prazer, acho que fez uma coisa que não faz há muito tempo. Pode parecer vazio ou “sem noção”, mas, agora, não quero falar da Isabella, da novela, do Romário, do torcicolo do Lula ou dos juros que vão subir. Quero tentar lhe inspirar a pensar em você.Em um congresso que participei no ano passado, de uma entidade de voluntariado internacional, uma palestrante nos alertou: “Estamos aficionados em fatos, e cada vez mais distantes dos sentimentos.” Contamos o que aconteceu e não expressamos o que sentimos.
Estamos ficando tão acelerados quanto os grandes sites de informação e nos esquecemos do nosso próprio umbigo. Só reduzimos quando adoecemos e lembramos que somos mortais, passageiros desta vida.
Não vou falar da pesquisa de célula-tronco, da lixeira de R$ 2.000,00, da Petrobras ou das mortes em Eldorado dos Carajás. Em abril de 2006, escrevi uma frase mais ou menos assim: “O que eu busco, na verdade, está tão próximo que às vezes não alcanço. Não alcanço, porque às vezes, estou muito distante de mim mesmo.”
Estamos muito distantes de nós mesmos e perdidos. Buscamos sentidos e mais sentidos, alucinantes e inquietantes, porque não conseguimos nos conter na serenidade e equilíbrio de um saudável ser – humano. Estamos contaminados pelo vício da informação e imediatismo, que nos arranca o sentimento e nos engana com uma razão vazia e frágil.
Num planeta com bilhões de pessoas, muita coisa acontece. Mas, e com você? O que está acontecendo? E o que está sentindo? Na sua casa? Seus amigos? Vizinhos? Quem realmente está ao seu lado? O que está fazendo por você e por eles?
A transformação começa em você. Isabella, a novela, o Romário. E você?
Foto: Campo de Formação de Voluntariado VIDES Brasil - Ponte Nova - MG.